CONTOS DE QUINTA – O dia em que minha solidão teve companhia por um instante (+18)

Os dias de frio lá fora haviam voltado. Os dias de frio, dentro de mim, já passavam a ser insuportáveis. Meus companheiros de copo, ou estavam fora da cidade, ou nas casas de suas namoradas. Agora eu começava a entender a ideia de arranjar uma namorada no fim do verão. O inverno era implacável, sobretudo com aqueles que passavam suas noites em uma grande cama solitária. Eu era um desses. Sempre fazendo questão de afastar as pessoas que ousassem se aproximar de mais do meu coração. Eu podia dizer que era por querer seguir vivendo em paz. Mas no fundo era medo. Medo de me envolver. Medo de me sentir vulnerável. Medo de admitir que eu era humano, era só um cara normal, como todas aquelas pessoas ao meu redor que pareciam me idolatrar. Elas me viam como exemplo de alguém feliz. Sempre me viam cercado de mulheres, em festas, bêbado e contando histórias quase todos os dias. Mas no fundo, só eu sabia que não era assim. Embora cercado de pessoas ao meu redor, me sentia completamente sozinho. Esse mundo em que todos só pensam em seus respectivos universos pessoais, se tornou um mundo frio. Todos tinham plena consciência disso, porém eu comecei a desafiar e falar sobre isso e quando tocava no assunto em algum doce devaneio em estado ébrio, ficava, no mesmo instante, sem resposta. Todos viviam uma mentira. Não sei se sofriam dos mesmos questionamentos que eu tenho sofrido, mas sei que no fundo todos sabem que vivemos uma grande mentira. As relações se tornaram vazias. Pessoas infelizes, tiravam fotos felizes, para impressionar bandos de outros infelizes que faziam a mesma coisa. Todos sabiam que vivíamos uma mentira, mas era proibido tocar no assunto.
Era uma noite de um dia qualquer. Ao chegar em casa, me deparei com uma solidão, que eu quase conseguia acariciar a doce face. Abri a porta, tirei os sapatos, larguei minhas coisas no sofá e me perguntei: Aonde todos estavam? Me peguei sozinho, precisava de uma bebida. Revirei as garrafas por cima da mesa, e percebi que meu estoque não havia sobrevivido a ultima noite. Normalmente elas acabavam assim, sem eu ter certeza das coisas que fiz, tendo apenas alguns flashs. Não havia mais nem uma dose de rum, um resto de gim, ou um gole de conhaque. Todas vazias.
Sentei, acendi um cigarro, e joguei os pés para cima da mesa de centro. Liguei o som, mas nada parecia querer me ouvir. Tudo parecia igual, parecia cinza. Terminei o cigarro. Calcei novamente os sapatos, e fui procurar um lugar para beber.
Andei os habituais 130 metros, e lá estou no bar de sempre. Amarelo. Feio, fétido. E o pior, fechado! Não podia acreditar. Precisava de um trago. Andei mais 100 metros a direita, e achei uma loja de conveniências aberta.
– Boa noite. – Me disseram.
– Boa noite. – Respondi
– Vai do que hoje? Vinho? Cerveja?
– Não, não. Vodka por favor.
– Se na Rússia da certo, por que não tentar aqui também? – Brincou o dono.
– Hoje só me restou ela pra fazer companhia.
– Eu sei como é, tem dias que nada da certo.
– Tem vidas que nada da certo. – Respondi
– Poxa, acho que sei do que tu tá precisando.
– Nem eu sei ao certo, duvido muito que você possa me ajudar. – Debochei.
– Bem, certeza eu não tenho, mas se tiver muito carente e querendo companhia, procura um dos taxistas daquele ponto lá, eles podem te ajudar.

Não entendi muito bem o que ele quis dizer, mas paguei a garrafa de vodka com uma nota de cinquenta, agradeci a ele pela dica, peguei o troco, e voltei para casa.
Chegando em casa, me jogo no sofá e dou o primeiro gole direto na boca da garrafa. Era bom. O primeiro gole, sempre parecia um gato descendo dentro da garganta afiando as unhas. Era o que um amigo meu dizia, e sempre que tomava um gole de vodka, tinha consciência de que ele estava certo. Acendi outro cigarro e comecei a vasculhar meus contatos. Nada. Todas indisponíveis. Nenhuma mulher para fazer companhia. Contacto meus amigos todos, e, exatamente a mesma coisa acontece. Ninguém. Nessas horas penso que poderia facilmente ter um cão. Um gato talvez. Não, definitivamente um cão. Gatos são muito independentes e costumam nos deixar. Eles me lembravam um pouco os humanos. Só se aproximavam de você com algum interesse em mente, mesmo que interesses instintivos, como fome e sede, eles eram uns tremendos de uns interesseiros. Já os cães, os cães não. Eles eram altivos, amistosos e companheiros. Mas davam muito trabalho, exigiam demasiada atenção e carinho. E como tudo que possuía essas características, eu logo perdia o interesse. E os abandonava. E isso me lembrava um pouco minhas atitudes. Talvez um animal não valesse tanto a pena assim. Os momentos de prazer e alegria, eram inferiores ao momentos de irritação e dor de cabeça. Pareciam os amores.
Resolvi sair novamente. Um pouco de maconha me ajudaria ao menos a dormir. Conversei com um cara que sempre me vendia:
– Lamento, acabou agora a pouco. – Ele disse com ar de tristeza.
– Poxa, nem uma ponta você tem ai?
– Nadinha, vendi tudo, até o meu.
– Onde será que eu posso encontrar agora?
– Tenta lá nos barcos.

Agradeci e segui andando. Percorri alguns metros mais. Tudo estava calmo, frio e com ventos. As águas do mar estavam um pouco revoltas, parecia que eu não era o único de ressaca.
Me dirigi ao grupo de garotos que estavam em circulo. Todos com seus bonés e calças caindo.
Algum de vocês sabe onde posso encontrar um pouco de erva?
Eu tenho, mas só um restinho.
Pode ser, no cachimbo consigo fazer alguma coisa.

Paguei, ele me deu a lasquinha de maconha, e comecei o caminho de volta para casa. Pouco antes de chegar a esquina de minha casa, olhei para o outro lado da rua e vi o ponto de taxis. Fui atravessar a faixa de pedestres, e um filho da puta quase passou por cima de mim. Olhei a placa e vi que era de outra cidade. Essa merda de lugar apesar de tudo, tinha seus pontos positivos, e um deles era ao menos um pouco de educação no transito.
Cheguei ao único taxista que estava no ponto, e disse:
– Me disseram que talvez vocês tivessem a solução para os problemas de uma noite de solidão.
– Talvez tenhamos sim amigo. – Disse o taxista.
– Então, do que estamos falando? É algum outro tipo de droga?
– Não, não, é algo muito melhor. São putas.
– Hum… putas?
– Sim, nunca fodeu uma?
– Sim, mas somente nos pequenos bordéis, pequenos puteiros, casas de massagem ou seja lá como você possa os chamar. E até onde sei, não temos nenhum desses aqui perto.
– Então, nós trazemos a puta até você, e você só paga a nossa corrida de ida e volta.
– Interessante. E quanto custa essa brincadeira?
Ele me disse o valor. Achei um pouco caro. Custava o preço de uma semana de bebedeiras. Agradeci e peguei o número. Atravessei a rua, dessa vez sem maiores problemas e retornei a minha casa. Abro a porta, um gole de vodka, e me atiro no sofá. Assim que sinto meu corpo indo de encontro ao estofado, lembro do meu cachimbo. Vou até a cozinha, e o pego sob a geladeira. Tomo um gole de água e passo no banheiro. Lá posso descarregar um pouco os líquidos da bexiga com uma daquelas urinadas que dão sentido a existência. Feito o serviço, lavo as mãos e me dirijo a sala, me atiro ao sofá, pego uma bolinha e a atiro contra a parede. Fico distraído repetindo o movimento durante alguns segundos. Então pego a lasquinha de maconha de meu bolso, desfaço em pequenos pedaços e os coloco no cachimbo. Pego o isqueiro, dou a primeira baforada e relaxo. Tomo um gole de vodka. Atiro a bolinha para meu cão imaginário que não a traz de volta. Outra baforada de maconha, e tudo começa a ficar em câmera lenta. Não consigo pegar a bolinha, que passa e entra de baixo do sofá. Minha preguiça me impede de me mover e pega-la. Outra baforada e estico a cabeça pra trás. Isso é bom, consigo esquecer de tudo um pouco. Já não é tão frio, nem la fora, nem aqui dentro. Tudo fica um pouco claro. Outro gole de vodka. Verifico novamente minhas mensagens e nenhuma resposta, nem das minhas garotas, nem dos meus amigos. Outro gole de vodka. Outra baforada de maconha. Olho então o cartão que o taxista me deu. Espante o frio da solidão e do inverno. Ligue já. Mulheres quentes no corpo e na alma. Era a mensagem escrita em vermelho em fundo preto, com a foto de uma loira em segundo plano. Dois números de telefone. Tento o primeiro. Nada, ninguém atende. Passa um filme na minha cabeça. Nesse filme me vejo tendo uma overdose de cocaína. Ninguém por perto. Meu corpo achado dias depois, pois começaram a sentir o cheiro da minha carne pútrida. Tomo outro gole de vodka. Respiro fundo e tento no segundo número.

  • Alo, tudo bem? – Me atende uma voz doce. Sexy.
  • É uma pergunta complicada. Será que alguém já esteve em algum dia com tudo bem? Família, amigos, finanças, saúde, amores, desejos, tudo plenamente bem? Duvido muito.
  • Nossa, você tá chapado? – Ela pergunta novamente com sua voz doce.
    Nesse momento respiro, tomo mais um gole e me lembro de ouvir alguma vez alguém dizer, que mulheres com a voz muito doce e sexy, sempre eram feias ou gordas. Puxei na memória dois ou tres casos e confirmei a tese.
  • Alô, tá ai ainda?
  • Sim, sim, não estou muito chapado não. Nem comecei a noite ainda.
  • Ah sim, então, você ligou para desabafar, ou quer foder?
  • Na verdade gostaria de espantar a solidão, me disseram que voces eram as pessoas que salvariam minha vida, quer dizer, minha noite.
  • Quem sabe. Mora aonde?
    Digo o bairro. Detesto acertar valores de serviços por telefone por isso, a simples menção do nome do bairro, torna tudo muito mais caro. Ela me passa os valores. São um pouco mais baixos do que o taxista havia me dito, seriam no máximo quatro dias de bebedeira, e não uma semana como eu havia sido informado.
  • É você quem vem?
  • Não, só atendo as ligações e repasso para as garotas.
  • Ah ok, tudo bem. – Bem, quem sabe eu tivesse um pouco de sorte.
  • Loira, morena ou ruiva?
  • Pergunta dificil. Gosto muito dos tres tipos. Mas… Ruivas já viraram hábito. Loiras… não, minha ultima mulher foi loira, aquela puta. Morena… Pode ser, o que tu tem ai de idades?
  • Desculpe, mas não tenho como lhe informar isso, não temos tantas garotas disponiveis hoje.
  • Então me surpreenda, me mande aquela garota mais comum, aquela mais normal, aquela que menos chame a atenção, a mais discreta, aquela que ninguém notaria a falta.
  • Hum… Já sei o que farei. Pode ficar esperando então, dentro de quarenta minutos ela estara ai.
  • Tudo isso?
  • Sim, quanto mais se espera por algo, mais gostoso ele fica.

Aquela desgraçada tinha razão, as que davam mais trabalho, sempre eram as melhores. Passei meus dados de endereço, acertei o tempo, duas horas, e desliguei.
Tentei escutar algo no rádio novamente. Nada que me fizesse interessante. Desliguei novamente. Cantarolei uma canção mentalmente, e me lembrei de que precisava comprar uma gaita. Então dei outro gole na vodka e cochilei.
Sonhos nunca fazem muito sentido. Você começa qualquer um deles de alguma forma bizarra, e termina eles de uma forma mais bizarra ainda, ou então acorda no meio deles e fica se perguntando como aquela merda iria terminar. Acordo com um barulho de buzina, enquanto escuto o telefone tocando. Atendo, e a atendente de antes me diz.
– Já tem cinco minutos que eles estão na frente da sua casa buzinando, desistiu?
– Não, só cochilei.
– Ok então, atenda eles e pode acertar com o taxista.

Desliguei o telefone, me ergui do sofá e fui abrir o portão. Olhei para o relógio e vi que eles tinham sido pontuais, gostei disso. Lá estavam eles, ambos dentro do carro, conversei rapidamente com o taxista os valores, informei sobre as duas horas e paguei tudo. A menina desceu do carro e ficou de cabeça baixa.
– Eu vou fazer uma outra corrida por ai, em duas horas estarei aqui pra levar ela.
– Tudo bem, nas próximas duas horas ela é minha certo?
– Exatamente. Bom proveito.

Abro o portão, entro, e ela me segue. Ela diz seu nome, nem dou muita importância, certamente é um nome falso. Invento um nome qualquer para mim, e decido mentalmente que ambos somos personagens. Somos mais umas dessas pessoas que não são de verdade, e sabem disso, mas preferem não tocar no assunto. Paro na frente dela subitamente, e lhe observo de cima à baixo. Ela é bonita, mas não tem nada de mais. Olhos pretos, cabelo castanho, quase um meio termo entre loiro e moreno, pele morena, mas clara, traços caucasianos no rosto. Definitivamente normal. Adorei aquilo. Lhe pedi um beijo, ela atendeu prontamente. Então enfiou sua língua dentro de minha boca, já tentando abrir meu ziper. Tirei suas mãos e a empurrei levemente pelo pescoço. Ela me olhou com um olhar de surpresa e então disse:
– Ok, então vamos no seu tempo.
– Legal, felizmente você percebeu.

Dei um longo e calmo beijo em sua boca fina e sem graça, e passei docemente minha língua por entorno de seus lábios. Ela sorriu. Foi um bom beijo. Comecei a tirar sua roupa, enquanto ainda estamos de pé. A luz fraca da sala, revelou pequenos seios durinhos e arrepiados, provavelmente pelo frio. Ela sussurrou, quase miando como um gato:
– Vamos logo pro seu quarto, aqui na sala está muito frio.
– Vamos sim, quer um gole? – Dei um gole na vodka e lhe ofereci a garrafa.
– Obrigado, mas não posso beber em serviço.
– Quem sabe marcamos em outro dia então.
– Sim, quem sabe outro dia. – Disse ela sorrindo.

Ela me seguiu até o quarto, então lhe atirei na cama, completei a tarefa de lhe despir e pude ver seu corpo. Ela era completamente normal. Sem nada de mais. Era toda proporcional. Magra, peitos e bundas pequenos e firmes. Comecei a beijar suas coxas e invadi sua bocetinha lisa com minha língua. Pode não parecer a melhor ideia do que se fazer com uma puta, mas ela era tão normal, que nem parecia uma puta. Ela tinha cara de menina. Então suguei levemente seus lábios, enquanto ela se contorcia e puxava meus cabelos. Subi mordiscando sua barriga, esfregando a barba em seus seios, e alternando mordidelas e beliscões em seus mamilos, enquanto dedilhava sua bocetinha. Ela se encolhia toda, e parecia tão normal, que eu lhe cobri de beijos. Ela implorou para que eu lhe penetrasse e assim o fiz sem misericórdia alguma. Ela arranhava minhas costas e gemia, sem aquela coisa chata de putas que ficam insistindo para que se gozasse logo, ela parecia uma garota normal e só pedia por prazer. Eu estava adorando aquilo. Ela me olhou com aqueles lindos olhos sem cor e sem graça e pediu para ir por cima. Eu atendi prontamente e me deitei.
Ela sabia o que estava fazendo, e cavalgava sem parar, após o primeiro tapa em minha cara, eu gozei. Ela ainda pulou mais um pouco e então se entregou, caindo ao meu lado, em meus braços e me cobrindo de beijos.
– Nossa, com você foi tão estranho. – Ela disse.
– Sim, pareceu bem natural inclusive.
– Sim, parecia que já nos conhecíamos.

Me deu mais um beijo e disse:
– Nenhum cliente havia me chupado antes.
– Eu nunca tinha chupado uma puta antes.

Ela calou por um instante. Puta talvez tivesse sido um termo muito forte. Puxei ela pra perto e lhe fiz um cafuné em seus cabelos nem lisos, nem ondulados. Ela começou a acariciar meu pau, e me confessou ao pé do ouvido que queria mais.
Desceu então e o abocanhou ainda mole. Em instantes ele preencheu toda sua boca, e ela começou o trabalho de sobe e desce. A luz da sala que iluminava parcialmente o quarto, só me deixava ver uma silhueta subindo e descendo. Ela pulou, e habilmente o encaixou no meio de suas pernas. Então estiquei meu braços, como se crucificado, e espantei um pouco do frio do meu coração. Ela me deu um tapa. Eu pedi outro. Ela me presenteou no mesmo instante em que segurou minhas mãos e lhes pôs em torno de seu pescoço. Eu apertei. Apertei e ela não parava, não parava. Se mexia, e se debatia. Eu apertava cada vez com mais força. Ela ofegava, e apertava minhas mãos junto. Eu apertava e apertava com mais e mais força. Então ela tremeu mais ainda, e no meio de seus espasmos, gozei de uma forma que jamais havia gozado. Ela já não tremia mais, e ao soltar seu pescoço, ela pendeu de cansaço para o lado. Lhe dei um beijo nos lábios ainda quentes, e fui ao banheiro. Mijei novamente, dessa vez sentado, pois não estava com muito animo para mirar em um vaso. Lavei as mãos, peguei a garrafa de vodka e tomei um gole. Tomei outro. Peguei o resto da maconha, coloquei no cachimbo e dei uma tragada. Ofereci a ela e como resposta, obtive um silencio profundo e constante. Dei mais um trago, levantei do sofá e fui até o quarto, ainda nu. Ela estava imóvel sobre a cama. Senti fome. Voltei a sala, liguei para uma pizzaria qualquer. Fiz uma nota mental sob parar de fumar maconha, estava engordando. Então voltei ao quarto. Me deitei ao lado dela. Seu corpo já estava um pouco frio. Puxei o cobertor por cima dela. Seus lábios comuns, tinham um sorriso triste. Ela era completamente linda, e normal, sem graça, sem nada de mais. Me senti completo. Fui lhe dar outro beijo, e vi que seu corpo ainda se mantinha frio. Chequei sua pulsação. Nada. Colei meu ouvido em seu peito, como nos filmes, nada. Ela estava morta. Justo ela que havia feito eu me sentir tão completo. Tão normal. Justo ela. Meu sentimento de solidão que me tomava a alma por completo, havia se extinto de uma forma tão prazerosa, que não podia me sentir culpado. Eu sabia que ela havia pedido por aquilo, e de tudo normal que vi nela, apenas o sorriso que eu vi em seu rosto, era verdadeiro. E isso, isso não era nenhum pouco normal. Em um mundo de pessoas pela metade, sorrisos verdadeiros não eram normais. Então me senti tão só. Ela definitivamente já não estava mais ali, e embora eu não pudesse sentir um sentimento de culpa, confesso que fiquei um pouco triste. Ambos havíamos feito um pacto naquele olhar, de que não estaríamos sozinhos nunca mais. Olhei para o relógio. Notei que exatas duas horas haviam se passado. Ouvi a buzina do taxi. Percebi que teria problemas para explicar essa história.

2 Respostas para “CONTOS DE QUINTA – O dia em que minha solidão teve companhia por um instante (+18)

Deixe um comentário